A grave crise da pandemia de Covid-19, que já perdura por mais de um ano em todo o mundo, aprofundou problemas estruturais existentes no Brasil e em toda América Latina, que atingem ainda mais fortemente as mulheres. A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) projetou desemprego regional em torno de 13,5%, o que significa 44,1 milhões de desempregados, ou seja, aumento de quase 18 milhões de pessoas.

Nesse contexto, as mulheres são mais afetadas, porque ocupam os principais setores paralisados pela pandemia, como hotelaria, alimentação e serviços domésticos, além de terem uma taxa de informalidade superior aos homens.

Outro aspecto que pesa mais sobre elas é que, com a imposição da quarentena e fechamento de escolas, as crianças passaram a exigir cuidado permanente dentro de casa, gerando sobrecarga de trabalho para mães, avós, tias, etc.

Diante de quadro tão difícil, brasileiros estão tendo a saúde mental e aspectos comportamentais impactados. Estudo recente do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP mostrou que um número crescente de pessoas está apresentando sintomas de depressão, ansiedade e estresse, também com maior consumo de drogas ilícitas, cigarros, medicamentos e alimentos. E qual a parcela da sociedade mais afetada emocionalmente? Sim, as mulheres, que respondem por 40,5% de sintomas de depressão, 34,9% de ansiedade e 37,3% de estresse.

Já ressaltamos, em anos anteriores, a força e o espírito de luta das mulheres, de modo especial as que abraçam a área do Direito. As advogadas já estão até mesmo superando em quantidade o total de advogados no Brasil. Nossa Comissão OAB Mulher está sempre atuante e é prova de dedicação. Mas neste período de pandemia, de modo especial, as mulheres merecem nossos aplausos por tanta resistência e resiliência.

Que esse Dia Internacional da Mulher 2021 seja bem comemorado, apesar das restrições sanitárias, e se ressaltem as qualidades e os direitos delas!

Claudio Vianna

Presidente da OAB Niterói