NOTÍCIA

25 de julho – DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA LATINO-AMERICANA E CARIBENHA

A data de hoje é um marco, e nós da Comissão de Igualdade Racial da 16ª Subseção da OAB/RJ não podíamos deixar de homenagear em breves palavras a todas as mulheres negras que há muitos anos vêm agindo e contribuindo com punhos fortes pelo reconhecimento e crescimento do nosso país.

Em 25 de julho de 1992, em Santo Domingo, República Dominicana, foi realizado o 1º Encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, iniciando, assim, esta data tão representativa. Além de propor a união entre essas mulheres, teve também como ponto principal denunciar o racismo e machismo enfrentados pelas mulheres negras, não apenas nas Américas, mas no mundo. Esta reunião rendeu frutos, pois através da mesma a ONU reconheceu esta data como Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

Importante também destacar que, através da Lei nº 12.987, sancionada e publicada em 3 de julho de 2014, hoje também se comemora o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Rainha do quilombo Quariterê ou do Piolho, no Vale do Guaporé, em Vila Bela da Santíssima Trindade, Mato Grosso, fronteiriço com a Bolívia, Tereza de Benguela tornou-se o símbolo de resistência e liderança na luta contra a escravização, viveu no século XVIII e assumiu a liderança do quilombo chefiado por seu marido, José Piolho, depois de assassinado. Tereza apoiou a luta da comunidade negra e indígena contra a escravidão por duas décadas e, por estes feitos, de mesmo modo também é chamada “Rainha Tereza”. Assim, temos motivos em dobro para comemorar, porque no Brasil, nossa heroína Tereza de Benguela, como muitas outras, foi uma líder marcante para a luta do combate ao machismo e ao racismo, lutando bravamente pela reparação da escravidão.

Em 2022, completam-se 19 anos do estabelecimento da data e, infelizmente, os ditos racismo e machismo ainda são intrínsecos à realidade brasileira. A representação política feminina negra ainda é muito baixa no país, a diferença salarial entre um homem branco e uma mulher negra, com nível de formação igual, é maior que 100% (dados do Insper, publicados em 2020), e em 2017, 66% dos homicídios femininos foram de mulheres negras. Esses dados não deixam margem a dúvida de que a luta contra o racismo e o machismo é urgente e imperativa. Do contrário, esses antigos preconceitos e violências persistirão, e uma sociedade mais justa e pacífica estará cada vez mais longe de ser atingida, não apenas para as mulheres negras, mas também para os demais grupos sociais.

Somos tão singulares e coloridas, sim coloridas, cada uma com um tom lindo de pele preta, cada uma com um tom e uma textura diferente de cabelo.

Somos lindas!

Temos a mulher preta que acorda e malha, temos a que acorda e corre pra luta, temos a que acorda e pergunta: será que hoje consigo um emprego? Somos mulheres que trabalham, estudam, assumem suas casas, procuram emprego, gargalham, choram, dançam e vivem!

Mas todas têm a mesma pergunta, umas mentalmente, outras verbalmente; por incrível que pareça, existem aquelas que não têm consciência da tal pergunta, mas ela está lá, e qual seria? “Será que hoje serei respeitada pela minha cor”?

(Comissão de Igualdade Racial OAB Niterói)

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